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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Atualização da Carteira - Fevereiro 2012



Vamos fazer a atualização anual da carteira e realizaremos algumas modificações com a finalidade de melhorar a performance para 2012.
Observamos que a carteira obteve um ganho de 22% que é uma ótima rentabilidade para um ano em que a BOVESPA ficou negativa.
Obs: os dividendos e rendimento da renda fixa foram aproximados tendo da política de distribuição da empresa. Os valores poderão ser diferentes, entretanto, a variação, que deve ser pouca, não afetará a rentabilidade da carteira.

Pontos a considerar

ETER – -7,66%, motivada pelo problema do amianto que representa quase 80% da receita da empresa.
Vamos manter a empresa em carteira, pois acreditamos que em 2012 a Eternit vai se recuperar da queda de 2011.

GETI3 – 17%, excelente rendimento de uma excelente geradora. Continua na carteira

CIEL3 – se pudéssemos ter uma bola de cristal, a Cielo seria a única empresa da carteira e teria proporcionado 440% de rentabilidade (parece até mentira, mas o mercado precificou incorretamente os problemas enfrentados pela empresa que nunca deixou de ser excelente. Continua na carteira.

FRIO3 e CNFB4 - -56% e -2%, rendimentos pífios devido ao problema cambial que foi uma tônica no setor industrial brasileiro. Acreditamos que os problemas permanecem em 2012, por isso, retiramos as empresas da carteira.

EZTC3 -  a melhor empresa da bolsa permanece na carteira.

FII – O patinho feio da carteira de fundos imobiliários foi o NSLU11B, que tomou a iniciativa de tentar quebrar o contrato com os cotistas via judicial. Lamentável a atitude da administração do Hospital que representou um tiro no mercado de FII.
Retiramos NSLU11B e acrescentamos FAMB11 (3700) , ABCP11 (8,00)

Modificações

Os seguintes ativos serão acrescidos na carteira
FAMB11B – acreditamos na valorização da cota com a solução da revisão judicial.
ABCP11 - acreditamos na valorização da cota com a expansão do shopping
TBLE3 – acreditamos nos projetos da empresa e achamos que tem um ganho potencial de 25% com os dividendos e valorização em 2012.
JHSF3 – acreditamos na da empresa e achamos um potencial de 25% para 2012.
VLID3 – acreditamos na empresa e achamos um potencial de 30% para 2012.
PINE4 - acreditamos na empresa e achamos um potencial de 30% para 2012.

Essa modificação pretende manter no mínimo um rendimento de 20% para 2012. O mais importante é manter a diversificação e usamos a estratégia de diminuir os valores de renda fixa,  pois acreditamos em uma recuperação da bolsa.
Um grande abraço a todos e até o próximo post.

domingo, 6 de novembro de 2011

BOVESPA - 07/11


BOVESPA

No gráfico mensal observamos que o índice tem a MME15 atuando como suporte e resistência. Observamos que em junho de 2011, o índice caiu para baixo de sua média de 15 meses onde se mantém até o momento O Estocástico indica possibilidade de reversão do movimento baixista iniciado em maio de 2011.

No gráfico semanal, começa a indicar uma tendência de alta, deixando para trás as resistências em 58450 mil. Observamos também o corte na LTB confirmando a força compradora do mercado. A formação de candle continua positiva com a inexistência de sombra para baixo. O SAR parabólico se mantém distante dos preços mostrando também força compradora. O MACD indicando também força compradora, apesar de ainda distante do eixo do zero. Não observa-se a divergência de MACD.
Utilizando-se as MME de 9/13/30, observamos que a MME de 9 já virou para cima

No gráfico diário, a formação de candles sugere uma indefinição do mercado, o que pode favorecer uma realização de lucros na segunda-feira.
Sugere-se não confiar nessa esticada do mercado, pois, mesmo com a recuperação européia o crescimento não deve ser expressivo, devido às renuncias fiscais dos países o que poderá diminuir o ritmo da economia. Qualquer trovoada poderá trazer os preços para os 46 mil.


sábado, 5 de novembro de 2011

Análise ELPL4

Análise de Fundamentos
Empresa com fundamentos bem sólidos, sendo uma boa pagadora de dividendos.
Crescimento médio anual nos próximos três anos de -18% (com margem de segurança de 25% sobre o preço de 30 reais) para o preço alvo de 38 reais.

Balanço - 9 de novembro de 2011

Análise Técnica
Gráfico Semanal
Resistência e Suporte – Encontra um SUPORTE 29,30 e uma RESISTENCIA em 39,00.
LTB - Ainda não cruzou a LTB.
O preço ultrapassou a MM200 (31,87). Em 2010, cruzou a MM200 em dezembro permanecendo lateralizado até março quando entrou em tendência de alta.
SAR – O preço ainda continua longe do oscilador indicando tendência de baixa, devendo aguardar para a confirmação de uma reversão.
MACD - Está iniciando uma reversão podendo significar uma tendência de alta, entretanto ainda não cruzou a linha azul, como o HISTOGRAMA não iniciou a tendência de alta.
O candle verde, sem sombra abaixo está favorecendo o movimento de alta.

Estratégia
Compra – 29,00
Alvo – 31,50 (Dezembro)
Stop – 28,00
Risco x Retorno – 2,5

O balanço da ELPL sairá no dia 9 de novembro, portanto, efetuar compra se o ativo até 29,00 reais para vender em 31,50 até dezembro. Como podemos verificar o ativo está em uma zona de congestao, no gráfico semanal, desde Julho de 2009, entre 29 reais e 39 reais, entretanto, com a revisão que se aproxima o mercado parece não acreditar mais nos 39,00 reais.
Lembrar que como positivo, temos dividendos em dezembro.




terça-feira, 1 de novembro de 2011

BOVESPA - 29102011



No gráfico semanal, começa a surgir uma tendência de alta, deixando para trás as resistências de 55 mil e 59 mil. Observamos também o corte na LTB confirmando a força compradora do mercado. O índice chegou a trabalhar acima da MM200 que é mais um indicador de força.  
A formação de candle bastante animadora, com uma formação positiva três vezes o tamanho do candle anterior (candle longo) também confirma a tendência de alta, pelo menos no curto prazo.  Observamos a formação de três candles verdes (freqüência), além da inexistência de sombra para baixo, confirmando a força do mercado.
O SAR parabólico se mantém distante dos preços mostrando também força compradora. O MACD indicando também força compradora, apesar de ainda distante do eixo do zero, que indicaria um equilíbrio das forças. Não foi observado a divergência de MACD. O Volume vem crescendo juntamente com os preços do mercado, indicando força no movimento de alta.

No gráfico diário, em 10 anos foram poucas as oportunidades de comprar o índice abaixo da MM200. Em 2008 ficamos por quase 8 meses trabalhando abaixo da média. O índice aproximou-se da MM200 que se encontra em uma importante região de resistência – 59K, após passar por importante resistência nos 55K.
O MACD também está mostrando força compradora, o que pode ser um sinal de reversão de curto prazo. O SAR parabólico ainda mantém uma distancia confortável dos preços, indicando a tendência de alta no curto prazo.
A freqüência de candles verdes demonstra a força dos touros nesse momento, com cinco dias de alta. Entretanto, devemos ficar atento a um possível retorno aos cinqüenta mil pontos devido a forte resistência 59.513 o que iria confirmar uma congestão do mercado desde agosto.
Sugiro não confiar nessa esticada do mercado, pois como visto no post anterior, mesmo com a recuperação européia o crescimento não deve ser expressivo, devido às renuncias fiscais dos países o que poderá diminuir o ritmo da economia. Qualquer trovoada poderá trazer os preços para os 46 mil.

ANÁLISE DO MERCADO - 29102011


 
No front externo, continua a novela da dívida na Europa com alguns rabiscos de solução, entretanto, ainda não ficou claro de onde sairão os recursos para o Fundo Europeu de Resgate. Outro fato que deverá ficar no radar do investidor é a desaceleração chinesa, que poderá trazer conseqüências na exportação brasileira do minério de ferro, o que poderá afetar a Balança de Pagamentos do país em 2012.
No front interno, a inflação aparentemente está controlada iniciando a sua curva em direção ao intervalo da meta. A bolha de crédito e imobiliária também aparenta estar controlada, tendo em vista as quedas nas vendas de imóveis e a maior dificuldade de crédito para o financiamento de bens. Com os recursos da Caixa Econômica se esgotando, o governo parece que foi conservador diminuindo o ritmo de crédito, além do crescimento do endividamento das famílias brasileiras que limitando o consumo.
As próximas reuniões do COPOM ocorrem em 29 de novembro de 2011 e janeiro / março / abril / maio de 2012, que poderá levar a taxa de juros para 10%.

Cenários para a dívida européia

Cenário 1 – Todos os problemas serão resolvidos e ações subiram fortemente justificada em crescimento saudável da economia mundial.  Nesse cenário, poderemos ter uma boa valorização do euro frente às demais moedas. Probabilidade: 15%

Cenário 2 – Esse cenário tem como pano de fundo as medidas de expansão monetária que poderão ser adotadas pelos países europeus (BCE), com a finalidade de diminuir o risco de defaut e proporcionar crescimento virtuoso à economia da região. Essa alternativa poderá beneficiar no início as ações, mas no futuro serão beneficiados os investimentos atrelados á inflação e os ativos defensivos (ouro e dólar). Alguns analistas acreditam que essas medidas podem provocar o risco de descontrole inflacionário. Probabilidade: 20%
 
Cenário 3 - O terceiro cenário terá um crescimento moderado até fins de 2012, o que manterá a elevada taxa de desemprego da região. Essa alternativa, não se prevê grandes ganhos com o mercado acionário, com exceção dos bancos que poderão ter forte recuperação de seu valor devido ás grandes quedas em 2011. Probabilidade: 60%

Cenário 4 – No último, pode-se inferir em desastre total com a quebra dos países periféricos e contaminação dos países centrais. Nesse caso, o porto seguro serão o dólar e ouro. Probabilidade: 5%

Cenários para a inflação

Preço das commodities – o excesso de liquidez ou um crescimento da economia mundial poderiam elevar os preços das commodities (em dólar). Entretanto, com a crise européia e a desaceleração da China, podemos esperar queda do preço das commodities o que mantém a inflação sobre controle. O índice CRB caiu 10%.

Câmbio – o aumento do câmbio aconteceria com uma crise global ou déficit fiscal. A crise global parece que será superada e o Brasil mantém um bom controle de sua balança de pagamentos o que manterá o real valorizado na casa de 1,70, ajudando também a controlar a inflação. O real valorizado mantém uma âncora contra o processo inflacionário.

Crédito – o governo parece que manterá mais rigidez na concessão de créditos, bem como sabemos que os recursos estão se esgotando (Poupança e FAT). Os recursos do BNDES tiveram uma queda acentuada em 2011.

Empregos – a criação de empregos caiu drasticamente, o que impede um aumento dos juros e mantém a inflação sobre controle.

sábado, 29 de outubro de 2011

Atualização da Carteira de Investimento

Ainda estou devendo a atualização da carteira de investimentos alocada em janeiro, inclusive dividendos e valor de mercado dos ativos. Vamos combinar de efetuar essa atualização no fim do ano, quando também faremos uma nova alocação.

Uma análise superficial, podemos tecer algumas considerações sobre a carteira:

  • Alguns ativos tiveram uma queda acentuada
ETER – -20%, motivada pelo desaquecimento do mercado imobiliário.
FRIO3 - -30%, motivada pelos balanços trimestrais que vieram ruins.
FMOF11 - -10% que é uma aposta de longo prazo, portanto a vacância do prédio justifica o preço baixo apesar da possibilidade de locação que poderá levar o ativo para cerca de 150 reais.
NSLU11B - -20%, motivada pela solicitação do locatário de reduzir em 22% os rendimentos de aluguéis. Aqui é importante frisar que a solicitação do locatário não tem uma justificativa razoável, caracterizando uma quebra de contrato o que é muito grave para o mercado de fundos imobiliários. Inclusive ocorreu uma modificação nas garantias contratuais sem a prévia consulta da administradora.

  • Alguns ativos tiveram um excelente rendimento
CIEL3 – 40%, motivada por uma queda anterior acentuada que não se justificou nos números da empresa.
KNRI11 – 30%, motivada pelos ativos do fundo serem de excelente qualidade.

Estes valores não levaram em consideração os dividendos, mas o mais importante é verificar que apesar da queda acentuada de alguns ativos a carteira obtém um rendimento de aproximadamente 3% devido a diversificação combinada com valores de aplicação menores para ativos mais arriscados, que protegeu a carteira. O erro da carteira foi não diminuir os recursos alocados em NSLU11B, que tinha um grande risco devido a ter um único locatário.

Um grande abraço a todos e até o próximo post.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Princípios Básicos de Investimento

Hoje vamos falar um pouco sobre alguns cuidados básicos que o investidor deve ter ao entrar no mercado de ações.

Ponto 1: Conhecer o seu perfil
É fundamental que o investidor realize seus investimentos de acordo com o seu perfil para evitar prejuízos futuros. Se os objetivos forem para efetuar um complemento da aposentadoria, este investidor deverá direcionar seus recursos para ações de menor volatilidade (atuam em mercados maduros) e que pagam bons dividendos. No caso do investidor ter como objetivo auferir grandes lucros deverá optar por empresas que iniciam sua atividade operacional em um mercado promissor. Mas, este investidor agressivo deverá ter consciência que existem grandes riscos e ele poderá auferir grandes prejuízos se a empresa não obtiver sucesso no novo negócio.

Ponto 2: As notícias
As notícias estampadas nos jornais operam com um atraso em relação à resposta do mercado. Explicando: o mercado provavelmente já precificou aquelas notícias estampadas nos jornais. O mercado financeiro funciona antecipando as condições econômicas e financeiras de uma empresa e das variáveis macroeconômicas do país.

Alguns temas dominam a volatilidade dos mercados e afetam mais o desempenho do mercado acionário: Balança de pagamentos, desempenho da economia, inflação, taxa de juros.
A Balança de pagamentos reflete o desempenho das contas do governo na sua interação com o mundo e divide-se em transações correntes (como nosso país interage comercial e financeiramente com o mundo) e conta capital (como nosso país financia sua interação com o mundo).
As transações correntes dividem-se em balança comercial (importações e exportações), balança de serviços (juros, dividendos, viagens internacionais, fretes, royalties) e transferências unilaterais (remessa de recursos para o exterior para familiares no exterior).
A conta capital divide-se em empréstimos e financiamentos e investimentos diretos.
Notícias sobre o superávit das transações correntes, aumento nos investimentos diretos, queda do custo da dívida, diminuição do déficit fiscal são sempre acompanhadas de otimismo do mercado de ações. Elas refletem um equilíbrio nas contas do governo.
O equilíbrio das contas internas tem reflexo imediato na balança de pagamentos. O resultado das contas internas pode-se resumir no seguinte:
Resultados de impostos, taxas e contribuições – despesas com pessoal – transferências e subsídios – investimentos = resultado primário (superávit primário ou déficit primário).
Resultado primário – despesas financeiras com a rolagem da dívida = resultado fiscal.

O principal problema brasileiro é o déficit fiscal, que pode ser financiado com a emissão de moeda, aumento de impostos ou empréstimos à sociedade através dos títulos públicos. O mercado não vê com bons olhos essas modalidades de financiamento, já a utilização de superávit primário com a diminuição dos custos da máquina pública é exigência do mercado.
Portanto, o equilíbrio da balança de pagamentos e das contas internas através do superávit primário é fundamental para um bom desempenho do mercado de ações.

No Brasil, o processo inflacionário é causado pelo aumento dos custos de produção e pela inflação inercial que é causada pela grande indexação da economia brasileira. Outro fator que também produz inflação é a emissão de moedas sem uma contrapartida de geração de produção.
O processo inflacionário produz altas taxas de juros que interferem no humor do mercado. Os investidores preferem colocar dinheiro em títulos públicos com as elevadas taxas de juros do que arriscar em investimentos na produção correndo o risco de margens apertadas.
A elevação de juros é devido a um processo inflacionário ou a percepção do mercado de um maior risco no pagamento de dívidas e exigência de taxas maiores para financiar o déficit público.

Ponto 3: comportamento do investidor
Dois comportamentos importantes que o investidor deve adotar é analisar o momento econômico e financeiro do país através da balança de pagamentos e do controle interno de suas contas. Além disso, quando visualizar que a compra do ativo não foi acertada, deve imediatamente vendê-lo.

Deixo um abraço para todos e até o próximo post, onde vamos falar sobre a análise fundamentalista e análise técnica.







 

sábado, 18 de junho de 2011

Lições de Warren Buffet

Vou tentar resumir aquelas que eu considero as principais lições do megainvestidor Buffet:

  1. As pessoas deixam de pedir um preço alto por um negócio, por achar que será visto como mesquinho e ganancioso. Peça e talvez receba.
  2.  É mais fácil evitar problemas que se livrar deles.
  3. Quando for comprar uma ação, analise o valor da empresa faz sentido. Não se limite apenas em analisar o valor da ação, mas da empresa como um todo.
  4. Warren procura uma empresa boa que esteja sendo vendido por preços razoáveis. Uma empresa ruim, mesmo que vendida por pechincha é evitada.
  5. As melhores empresas são aquelas que não precisam de muito dinheiro para investimentos.
  6. Para ser um bom investidor, você deve ser um bom homem de negócios e saber distinguir uma empresa boa de uma empresa ruim.
  7. O comportamento simples é mais eficaz, portanto, análises complexas não são sinônimo de resultados positivos.
  8. A diversificação em excesso é uma proteção contra a ignorância.
  9. Você só precisa de poucos acertos (golfe – o mercado de ações é um jogo de paciência, não é preciso dar tacadas o tempo todo).
  10. Se você acha que investiu errado, a pior decisão é continuar com o investimento.





    sexta-feira, 17 de junho de 2011

    Finanças Comportamentais II

    Continuando o artigo anterior sobre finanças comportamentais, iremos discutir sobre outros fatores que influenciam os investidores na sua tomada de decisão e podem levá-lo a tomar um posicionamento que não é a opção mais rentável.

    O quarto fator a ser estudado é o viés da auto-atribuição que leva o indivíduo a se gabar de decisões que resultaram em sucesso e atribuir a fatores externos seus resultados negativos. Além disso, quando a carteira registra ganhos, a tendência é transacionar mais no período subseqüente revelando um excesso de confiança, que leva o indivíduo a acreditar que pode prever o movimento dos mercados.

    O chamado timing de mercado já foi comprovado através de estudos que é estatisticamente improvável, eliminando qualquer possibilidade de sucesso no investidor baseado em acertar o melhor momento de entrar no mercado.

     O excesso de confiança é talvez o viés de comportamento que possui maior número de estudos confirmando a sua existência.

    Outro desdobramento do excesso de confiança é que o indivíduo que sofre do excesso de confiança tem o pior desempenho de sua carteira quando comparada a investidores com menor grau de confiança. O resultado positivo de suas aplicações leva o investidor com excesso de confiança a transacionar mais e conseqüentemente, as suas perdas aumentam e também a manter em carteira os ativos perdedores pela dificuldade em admitir que tomou uma decisão errada.

    O quinto fator é a relação entre a informação e o sucesso na tomada de decisão. Estudos apontam que decisões acertadas são tomadas com base em um número limitado de informações, porém informações significativas e relevantes. O pesquisador Oskamp, da Universidade de Stanford, conduziu um estudo revelador que apontou que o excesso de informações altera muito pouco a qualidade da decisão e a possibilidade de realizar um julgamento certo.

    No mundo informatizado que vivemos este viés talvez seja o mais significativo, pois, atualmente o investidor é submetido a uma enorme gama de informações, muitas delas irrelevantes que só congestionam o sistema mental.

    O analista de mercado Hugo Penteado disse: “O mercado é minimalista. Foca a atenção em um punhado de temas. A evolução desses quatro ou cinco fatores determina 90% do movimento dos principais ativos.”

    É importante saber coletar as informações relevantes. Penteado demonstrou que em 2008, ocorreram movimentos significativos de mercado ao redor de três temas: Recessão nos EUA, inflação no Brasil e o preço das commodities no mercado internacional. O investidor que concentrou sua atenção nessas informações, e tomou suas decisões balizadas nelas obteve maior sucesso.

    O sexto fator é a ancoragem que é a tendência do investidor focar a atenção em um número (informação recente) e tomar como referencia para as suas decisões. O preço que pagamos por uma ação hoje será usado como âncora para analisarmos se o valor foi alto ou baixo. Esse viés justifica a análise técnica em operações de curto prazo. Somos influenciados pelos preços praticados no mercado,sejam eles justos ou não, e a partir da referência criada fazemos as ajustagens para acharmos o nosso preço justo.

    Com esse segundo post, encerramos o assunto Finanças Comportamentais. Lembro ao querido leitor que o assunto é vasto e existem outros viés que também podem prejudicar a tomada de decisão do investidor. Recomendo o excelente livro de Aquiles Mosca, de fácil entendimento e bastante completo. Até a próxima.




    domingo, 12 de junho de 2011

    Finanças Comportamentais I

    Finanças Comportamentais

    A fragilidade da hipótese dos mercados racionais é comprovada com várias estatísticas do mundo real – 90% dos investidores que começam a operar na bolsa de valores não obtêm o sucesso esperado e retornam para a renda fixa.
    Então, a teoria que levanta a hipótese de um mercado racional onde seus agentes tomam sempre a melhor decisão baseado em informações disponíveis pode e deve ser discutida.
    As Finanças Comportamentais vão buscar no processo evolutivo humano a resposta a tomada de decisão irracional dos agentes de mercado, já que a informação e os modelos econômicos estão ao alcance de todos os investidores.
    Essa suposta eficiência dos mercados encontra seu ponto fraco em tendências comportamentais inatas e na sua maioria inconscientes relacionadas ao próprio processo evolutivo do ser humano.
    O processo de tomada de decisão passa por três fases: Percepção, Avaliação e Decisão. A teoria comportamental sustenta que as duas primeiras fases são fortemente influenciadas por fatores emocionais relacionados ao processo evolutivo humano e em sua grande parte, inatos e inconscientes que levam o investidor a tomar decisões fora do campo da racionalidade da teoria econômica.
    Pesquisa realizada na Universidade de Cambridge revelou que os três principais medos das pessoas, em escala mensurada de 0 a 100, são: medo de falar em público (80%), medo de não ter recursos financeiros suficientes para o sustento (69 %) e medo da morte (65%). O resultado do estudo revela que o medo quanto ao futuro financeiro é maior que o medo de morrer, o que leva o investidor a ter aversão a perder dinheiro.

    A primeira tendência comportamental que tem influência no processo decisório de investimentos é a Representatividade. E o que vem a ser representatividade? Informações recebidas no presente ou em um passado recente têm grande influência em nossa capacidade de julgamento.
    Uma das ferramentas de controle de risco é a diversificação e balanceamento da carteira. O investidor coloca porcentagens fixas em aplicações de renda variável e renda fixa. Por exemplo, após a análise de meu perfil e meus objetivos, resolvo colocar 30% em renda variável (Bolsa de Valores) e 70% dos meus investimentos em renda fixa. Ao ler nos jornais que a Bolsa de Valores está se valorizando e se realmente acontecer o aumento do valor das ações, a porcentagem em renda variável aumentará em minha carteira. Entretanto, influenciado pela ganância e pela informação recente de alta dos mercados, a pessoa não realiza o rebalanceamento da carteira, o que possibilitaria vender as suas ações na alta e, em um movimento inverso, comprar as ações na baixa – procedimento tão básico, mas tão difícil de ser executado devido a influência fator da Representatividade na tomada de decisão.

    O segundo fator a ser estudado é o que a teoria comportamental das finanças convencionou chamar de Saliência. O que vem a ser saliência?
    Saliência diz respeito a fatos raros que saltam aos olhos do observador devido a grande exposição na mídia e se não tivessem recebido esse tratamento dos jornais provavelmente não deveriam ter importância no processo decisório devido a pouca aderência que deveria ter na fase de julgamento. Ocorre porque as pessoas dão maior importância a histórias do que a estatísticas.
    Exemplo típico são os acidentes aéreos que são amplamente repercutidos na mídia e que, após a sua ocorrência, verifica-se um aumento significativo no cancelamento das passagens aéreas. Recorrendo a estatística, verificamos que existe uma probabilidade de 0,0000028% de um segundo avião da mesma empresa cair, portanto, a decisão de cancelamento da passagem aérea não é um comportamento racional.
    O fator da saliência está fortemente relacionado ao contágio, que pode ser explicado no exemplo anterior, quando as pessoas cancelam também as passagens de outras companhias aéreas.

    O terceiro fator a ser discutido é o movimento de Manada, que se justifica no comportamento inato de tomar a decisão mais fácil que neste caso é seguir o grupo, além claro da tendência comportamental de seguir as decisões do grupo.

    Vamos estudar as bolhas de mercado à luz dos fatores até agora discutidos.
    O primeiro fator age nas bolhas de mercado quando o investidor verifica que as ações estão subindo, então, ele extrapola para o futuro que as ações continuarão a subir. Quando a mídia começa a noticiar os grandes ganhos com o mercado ocorre o segundo fator comportamental (Saliência), onde o relato de pessoas que estão ficando ricas com o mercado tem maior influência do que os fatores estatísticos (aumento dos ativos que não se sustentam em fundamentos econômicos). Ninguém quer ficar de fora, então começam a comprar motivadas pela força do grupo (Efeito de Manada).
    Importante ressaltar que o maior combustível para o efeito de manada é o medo de ficar pobre enquanto membros de sua comunidade estão enriquecendo.
    Encerramos por aqui esse artigo, importante salientar que todas as informações foram retiradas do excelente livro de Aquiles Mosca, Finanças Comportamentais.