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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Finanças Comportamentais II

Continuando o artigo anterior sobre finanças comportamentais, iremos discutir sobre outros fatores que influenciam os investidores na sua tomada de decisão e podem levá-lo a tomar um posicionamento que não é a opção mais rentável.

O quarto fator a ser estudado é o viés da auto-atribuição que leva o indivíduo a se gabar de decisões que resultaram em sucesso e atribuir a fatores externos seus resultados negativos. Além disso, quando a carteira registra ganhos, a tendência é transacionar mais no período subseqüente revelando um excesso de confiança, que leva o indivíduo a acreditar que pode prever o movimento dos mercados.

O chamado timing de mercado já foi comprovado através de estudos que é estatisticamente improvável, eliminando qualquer possibilidade de sucesso no investidor baseado em acertar o melhor momento de entrar no mercado.

 O excesso de confiança é talvez o viés de comportamento que possui maior número de estudos confirmando a sua existência.

Outro desdobramento do excesso de confiança é que o indivíduo que sofre do excesso de confiança tem o pior desempenho de sua carteira quando comparada a investidores com menor grau de confiança. O resultado positivo de suas aplicações leva o investidor com excesso de confiança a transacionar mais e conseqüentemente, as suas perdas aumentam e também a manter em carteira os ativos perdedores pela dificuldade em admitir que tomou uma decisão errada.

O quinto fator é a relação entre a informação e o sucesso na tomada de decisão. Estudos apontam que decisões acertadas são tomadas com base em um número limitado de informações, porém informações significativas e relevantes. O pesquisador Oskamp, da Universidade de Stanford, conduziu um estudo revelador que apontou que o excesso de informações altera muito pouco a qualidade da decisão e a possibilidade de realizar um julgamento certo.

No mundo informatizado que vivemos este viés talvez seja o mais significativo, pois, atualmente o investidor é submetido a uma enorme gama de informações, muitas delas irrelevantes que só congestionam o sistema mental.

O analista de mercado Hugo Penteado disse: “O mercado é minimalista. Foca a atenção em um punhado de temas. A evolução desses quatro ou cinco fatores determina 90% do movimento dos principais ativos.”

É importante saber coletar as informações relevantes. Penteado demonstrou que em 2008, ocorreram movimentos significativos de mercado ao redor de três temas: Recessão nos EUA, inflação no Brasil e o preço das commodities no mercado internacional. O investidor que concentrou sua atenção nessas informações, e tomou suas decisões balizadas nelas obteve maior sucesso.

O sexto fator é a ancoragem que é a tendência do investidor focar a atenção em um número (informação recente) e tomar como referencia para as suas decisões. O preço que pagamos por uma ação hoje será usado como âncora para analisarmos se o valor foi alto ou baixo. Esse viés justifica a análise técnica em operações de curto prazo. Somos influenciados pelos preços praticados no mercado,sejam eles justos ou não, e a partir da referência criada fazemos as ajustagens para acharmos o nosso preço justo.

Com esse segundo post, encerramos o assunto Finanças Comportamentais. Lembro ao querido leitor que o assunto é vasto e existem outros viés que também podem prejudicar a tomada de decisão do investidor. Recomendo o excelente livro de Aquiles Mosca, de fácil entendimento e bastante completo. Até a próxima.




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